Lá vem o acendedor de lampiões de rua!
Este mesmo que vem, infatigavelmente,
Parodiar o Sol e associar-se à lua
Quando a sobra da noite enegrece o poente.
Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite, aos poucos, se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.
Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
Ele, que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita.
Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade
Como este acendedor de lampiões de rua!
Soneto de Jorge de Lima (1895-1953)
3 comentários:
Olá Flávio. Espero que esteja tudo bem com você. Adorei conhecer o seu espaço. Passo por aqui para te desejar boas festas, um 2008 com muita coisa boa e também para agradecer a sua presença no meu blog em 2007. Um abraço!
Que bonito :O
mas é claro que você pode :)
até legal que pelo menos alguém leia .... e até comente!
pq esse tipo de coisa, poucas pessoas têm paciência pra ler.
e farei o mesmo, hun!?
um beijo, Flá!
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